O segredo da Gerontocracia do universo e da Infância dos
humanos
Flertando as horas,
Querendo fazê-las diminuírem a intensidade.
Dizendo a lua que não me trouxesse sensação de exílio.
Pedindo ao sol que me trouxesse raios que aquecem.
Implorando para as estrelas me realizarem um pedido!
As horas mesquinhas continuaram a ignorar o meu clamor.
A lua continuou apunhalando meus sentidos e me trazendo aquele
escapismo dos românticos.
O sol continuou tramando com as nuvens e brincando de
eclipse.
E as estrelas nem me deixaram sonhar.
Foi então que eu chutei meu relógio.
Desejei cortar a metade da lua.
Falei ao sol que não queria mais o seu calor.
E ignorei o brilho
das estrelas.
O tempo passou da mesma maneira de sempre!
A lua sempre aparecia ao mesmo horário e com o mesmo
guarda-roupa!
O sol continuou raiando e se pondo ao mesmo horário!
E as estrelas... Ah, as estrelas! Elas continuaram no mesmo
formato com o mesmo brilho.
Num instante eu parei para pensar:
Eles nunca mudaram mediante em nome de nenhum sentimento!
Mas eu... Eu sim!
Mudei e achei que o universo todo tinha mudado.
Então, eu meditei e descobri que não é o universo o culpado
por minhas paixões e erros.
Assim como a água não foi culpada pela paixão de Narciso.
E nem a natureza pelo destino de Eco.
Raciocinei e, portanto, sei que o mundo não tem culpa de mim.
Mas eu tenho culpa pelo bem e pelo mal que eu trago ao
mundo!
Por isso as horas continuam a avançar os milênios.
O Sol e a Lua continuam protagonistas do dia e da noite.
E as estrelas continuam a brilhar.
Mas seres humanos assim como eu continuam a nascer e morrer,
pois nunca aprenderam a viver!